quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Mobiliário de Ruy A. Pereira Jr.(Estilo Português)


Mobiliário de Estilo Português ( Colonial Brasileiro ) de Ruy Antunes Pereira Jr.

Digo que o que vi alguns autores publicar como estilo próprio brasileiro, para mim nada mais é do que o estilo português com algumas modificações, adaptados ao país, neste momento de acordo com meu conhecimento, que com certeza tem suas limitações, não concordo com um estilo brasileiro de mobiliário, neste período.Concordo com os autores que acreditam que clamar um estilo colonial brasileiro “seja muito forçado”,mesmo sendo um ato de patriotismo,de valorização a nossa criação, essa afirmação denota uma falsa individualidade já que a criação de um estilo vai muito além do que leves transformações.

Antes de começarmos os estilos franceses, quis vislumbrar um pouco mais o nosso jardim, ver o por do sol na frente da nossa casa, apreciar tudo o que nos é oferecido. Às vezes apreciamos o que está distante, mas quando olhamos para o nosso lado começamos a ver todo o belo que nos cerca, que esta ao nosso alcance.

Sou do RJ, cidade que amo muito, hoje, porém estou numa cidade do interior do Nordeste, onde as pessoas me acolhem com muito carinho, diferente do meu Rio; clima, paisagem, valores, arquitetura, alimentação, cores, amigos, tudo difere e não há o que é certo ou que é errado nesse meio, não há uma região melhor ou pior, há o conhecimento e a singularidade de cada localidade dentro do nosso imenso país. Vamos olhar o que nós é oferecido.

A cidade que estou chama-se Ceará – Mirim cidade da cana de açúcar e de muitos engenhos, alguns ainda existem e o que é melhor em plena atividade, um passado de tradição que ainda não foi todo perdido, cidade conhecida como o “Vale”.
Assim como toda região, o “Vale” de ares aristocráticos tem seus mitos, ídolos e seus heróis, aqui conheço Ruy Pereira, chamado pelos moradores não de “DOUTOR” como é interessante ver nas pequenas cidades, pessoas com cursos técnicos ou mortais bacharéis, assim como eu, exigirem serem chamados de “DOUTOR fulano de tal”; por uma população menos favorecida. É cômico, mas acredite, existe! Ruy Pereira tem a sensibilidade de querer ser chamado por todos pelo carinhoso nome de Ruyzinho, homem que acumula em sua história um passado próspero e fidalgo da cidade, acumula em seu sangue, em suas lembranças, em seu engenho, em sua casa grande, afinal em todas as suas propriedades, muitas delas doadas para servirem hoje de prédios públicos para a cidade, todo um passado coletivo, passado público, passado de menino de engenho parecido com esse que lemos em Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre que muitas vezes achamos tão utópico, por ser “tão passado”.
É maravilhoso conhecer alguém assim, ver como traço presente em sua vida o afeto que este tem pelo seu povo, a resistência às transformações de seus valores que vem com todo seu passado histórico. Ruy descende de famílias que fizeram parte da aristocracia do açúcar, dos senhores de engenho que assistiram o começo da queda deste sistema com o fim da escravidão e a chegada das usinas como representantes da industrialização na produção....

- Me empolguei, mas acho tudo isso muito mais rico do que simplesmente conhecer alguém que hoje galga grandes cargos, porém não carrega toda essa tradição. Isso é história, aliás, é bem mais, é um patrimônio histórico... Patrimônio em todas essas lembranças mas o patrimônio que vamos falar aqui esta no mobiliário, fugi falando de uma pessoa querida um pouco do tema “DECORAÇÃO”,mas não fugi da arte e com muito carinho vou apresentar a vocês um pouco do mobiliário colonial do Ruyzinho e Leyse (sua esposa), que utilizam hoje em sua casa de praia,os móveis que trouxeram da Casa Grande.Espero que vocês gostem,aliás espero que amem,porque são lindos...
Sendo assim vemos que prédios públicos, institutos e um sem fim de casas particulares, como esta, são elementos preciosíssimos de criações que demonstram épocas e estilos, conhecimentos técnicos, estudo de detalhes e de proporções.

Os móveis aqui mostrados são de estilo Português que sofreram influência francesas de Luís XIV e XV.
A madeira sempre de qualidade, confere a beleza incomparável.
A cadeira no estilo D. João V com influência de Luís XIV de aparência sólida, espaldar alto, revestida de couro lavrado, com os pés retos ligados por travessas.

























































Mesinha console com pernas torneadas,
características do séc. XVIII.














quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Estilos Italiano

Continuação do Renascimento Italiano...


...O controle econômico passando da Itália para a França e a Inglaterra, fez com o que muitos dos grandes artistas da renascença italiana, procurassem a França durante o reinado de Luis XIV. Aos poucos, a inspiração artística passou a vir da França e da Inglaterra, ao em vez de espalhar-se da Itália para outros países. Muitas vezes, os italianos misturavam o inglês e o francês em seus interiores.

Barroco

O Barroco surgido do estilo monumental foi no dizer dos italianos uma revolta contra a longa influencia do classicismo.
O traço principal do barroco é a preferência pela linha curva e excesso de ornamento, que submergia a estrutura; audácia, contornos vigorosos e robustos, curvas exageradamente tortuosas. Liberdade de concepção e força dramática.
O espírito do barroco começou a fazer sentir-se na Itália em princípios do século XVI, atingindo pleno desenvolvimento no século XVII, quando dominou toda a produção artística.
O esplendor e a pompa tornaram-se mais importantes nos desenhos de interiores, do que conforto e conveniência. As paredes em argamassa tinham pinturas com figuras maiores, toda a composição mais livre e maior do que a renascença. Grandes espelhos e quadros em molduras douradas eram usados. As portas tinham painéis de madeiras maiores do que no período anterior, ornamentados com incrustações de madrepérola, prata e tartaruga, e as janelas abriam para dentro tendo venezianas de madeira. O teto era carregado de anjinhos em argamassa. O piso ainda em tijolo, ladrilho ou mármore, mostrava desenhos mais em acordo com o novo estilo; o parquê foi também bastante usado. No mobiliário do Barroco, vê-se o mesmo exagero de proporções, excesso de ornamento e curvas. Desaparece a estrutura arquitetônica da Renascença. O Barroco italiano foi influenciado pelos estilos Luís XIV,Flamengo e Espanhol.
O estilo Barroco, no entanto mostra um sentimento muito humano. O impulso místico se manifestou na concepção dos espaços, mas não nos elementos construtivos e decorativos, animados com o sensualismo pagão.
Nas enormes salas italianas do século XVII, as peças mais importantes ficavam de encontro a parede e eram arranjadas com perfeita simetria e equilíbrio.

Rococó

Gradualmente as linhas pesadas do barroco deram lugar às linhas leves e delicadas do estilo rococó. Originou-se na Itália mais rapidamente transportou-se para a França onde atingiu seu auge durante o reinado de Luís XV. A interpretação francesa voltou à Itália, porém a arte italiana comparada à francesa era em geral de más proporções, mostrando muitas vezes os italianos no Rococó efeitos teatrais. Além da influencia francesa de Luís XV o mobiliário do Rococó sofreu influencia inglesa do mobiliário Guilherme e Maria e Rainha Ana, formas chinesas também foram encontradas.
O móvel era de proporções menores, mais gracioso e decorado com motivos chineses. Na estrutura dominava a linha curva. Em comparação com o inglês e francês era mal proporcionado. No fim do século XVIII vê se a influência do estilo Luís XVI, Adam e Hepplewhite, sendo o móvel italiano menos formal, mais brilhante e rico do que o francês e inglês.


Mobiliários
Na Itália foi desenvolvido um rico trabalho de entalhação que dominou todos os mobiliários em meados do cinquecento,as diversas etapas por que passou o mobiliário italiano não podem ser exatamente demarcadas,até porque conforme a cidade as diferenças no mobiliário variavam. Foi esta época uma das mais ricas do mobiliário,madeiras raras eram usadas para a marcheteria,marfim e osso eram usados como incrustações.Era um mobiliário de caráter vigoroso,com estrutura robusta e substancial sem ser grosseiro ou exagerado em suas proporções.A entalhação usada como ornamento era profunda e era um dos processos de decoração mais utilizado.










segunda-feira, 25 de agosto de 2008

RENASCENÇA ( 1400 - 1600 d.C.)

Renascença Italiana

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650, sobretudo no século XVI. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. Ou seja, a partir do Renascimento, o ser humano passou a ser o grande foco das preocupações da vida e do imaginário dos artistas. O retrato, por exemplo, tornou-se um dos gêneros mais populares da pintura, utilizado, na ausência da fotografia, para o registro de pessoas e famílias nobres e burguesas.





A Itália tornou-se durante a idade média, o centro do comércio entre o oriente a Europa ocidental. A riqueza trazida pelo comércio concentrou-se em certos grupos familiares como os Médicis, Pitti, Riccardi, Borghese, Vendrimini entre vários outros, que foram de grande importância para o esplendor da Renascença italiana.



Neste período o castelo medieval perde, pouco a pouco, o seu ar de fortaleza para se tornar uma morada. É o mais importante dos estilos italianos. É à volta dos modelos da antiguidade clássica greco-romana. Colunas e pilastras, frontões, frisos e arquitraves eram usados interior e exteriormente, criando salões mais formais, dignos e magníficos.
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza de qualquer ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura).

Principais características:

  • Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares).

  • Ordens Arquitetônicas

  • Simetria

  • Arcos de Volta-Perfeita

  • Simplicidade na construção

  • A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas.

As cores mais usadas na renascença eram o vermelho, verde, roxo, azul e amarelo





As lareiras, em pedra ou mármore trabalhadas não tinham mais a chaminé do gótico. O amor à beleza penetrou de tal maneira na mente do italiano que os mais simples artigos caseiros eram desenhados e feitos com cuidado e perfeição.

Quadros tinham molduras trabalhadas em entalhações. A indústria de cerâmica desenvolveu-se muito em Faenza e Urbino. Veneza era o centro da indústria do vidro pintado e cristal. Também começaram a fabricar pela primeira vez pequenos espelhos, em substituição ao metal polido usado pelos antigos.



A Renascença trás algumas novidades nas cadeiras e poltronas como o espaldar, braços e esteios, aparecendo com quatro pés inscritos num quadrado ou trapézio, reunidos por travessas. Eram móveis suplementares o buffet e o gabinete (buffet menor), apesar de belos os móveis desse período foram projetados para ambientes enormes, sem limites de espaços e por esse motivo não puderam ser adaptados às condições de vida subseqüentes. Nota-se também, nos móveis dessa época a crescente influencia holandesa. O renascimento Italiano foi realmente de grande alcance, inspirou os artistas de todos os ramos e afetou as artes e ofícios do mundo.