sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Restauração



Continuação dos Estilos Ingleses:Restauração

Busto de Carlos II, 1684
Após a renascença primitiva na Inglaterra entra-se no período conhecido como Restauração. É o momento em que Carlos II (29/05 1630 – 06/02/1685) reina a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda de 1660, até o seu falecimento. O pai de Carlos II, Carlos I, tinha sido executado em 1649 e substituído por uma ditadura militar de Oliver Cromwell, que se auto-nomeou "Lord Protector". Carlos II subiu ao trono após a restauração da monarquia, pouco depois da morte de Oliver Cromwell. Foi casado com a princesa Catarina de Bragança, filha de João IV de Portugal. É um período em que a vida social e artística intensificou-se baseada no luxo e na pomposidade da corte francesa.
A arte dessa época tem forte influência do Barroco francês, dos estilos flamengos e holandês, um período considerado como a arte Barroca da Inglaterra.
Nesse momento de restauração da dinastia dos Stuart, um dos mais importantes e bem sucedidos arquitetos foi o Sir Christopher Wren, nascido em 1632.  Com o reinado de Carlos II, que Christopher conhecera na infância em Windsor, passou a frequentar a corte inglesa. Já tinha sua notoriedade reconhecida nas ciências, como professor em Oxford. Resolveu o problema da ciclóide de Kepler, desenvolveu técnicas de injeções e transfusões, inventou aparelhos mecânicos, entre outros feitos, mas a sua maior obra foi à reconstrução de Londres após o grande incêndio de 1666 que em cinco dias destruiu toda a capital inglesa, que contava com cerca de treze mil casas. Construiu ruas projetadas, praças, igrejas entre outros edifícios, figurando dentre eles a Catedral de Saint Paul, considerada sua principal obra. Vale ressaltar que nesse momento não existia a profissão de arquiteto, não dá maneira que vislumbramos nos dias atuais, os responsáveis pela arquitetura eram geralmente os estudiosos da física e da matemática, com o apoio de mestres carpinteiros e pedreiros.
Após este feito, em 1669, Wren foi nomeado “Supervisor das Obras Reais” sendo mantido pelos monarcas posteriores, até mesmo em 1688, quando William de Orange invadiu a Inglaterra e liquidou a dinastia dos Stuart.

Link para visualização do conjunto de igrejas elaboradas por Wren: 
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Christopher_Wren_Churches_in_London

Na decoração de interiores predominavam nas paredes os painéis de madeira, havia a grande influencia francesa dos tons dourados, espelhos e tapeçarias, mas com uma dose de recato que é peculiar ao estilo Inglês. Os painéis eram feitos de castanheiras ou carvalho. Usavam também papéis de paredes com motivos chineses, as portas e janelas tinham frontões, frisos e arquitraves e eram decoradas com a entalhação de Gibbons. Os tetos eram feito em argamassa com relevos onde destacavam-se frutas, flores e folhagens. Os salões mais ricos recebiam ornamentos dourados.
O conforto individual do mobiliário desse período ressaltou-se. O móvel da restauração difere do móvel da renascença primitiva pelo movimento das suas linhas, que tem espirais e curvas em S e C. Os móveis eram confeccionados em nogueira, o que diferenciou toda a técnica que era utilizada antes, no uso do carvalho.
Cadeira de carvalho, data provável 1660
Cadeira Carvalho, entre 1660-1680


Sofá de descanso, data provável 1660-1670

Cômoda estilo Restauração


Mesas e Candelabros com decoração de marfim, provável 1640-1680

Espelho esculpido em pinho, com detalhes em prata e pintura dourada, data 1665-1672

Mesa de nogueira e ébano com base de carvalho e pinheiro.

Painel de Martinus Van den Heuvel, em couro com detalhes dourados, 1670

Cadeira feita por Ralph Silverson e estofada por John Casbert (estofador da realeza) em 1661, com estofados de veludo, ornamentada com ouro e prata, usada pelo arcebispo William Juxon durante a coração de Carlos II


REFERÊNCIAS:
MASCARENHAS, Alayde Parisot. Arte e decoração de interiores. Rio de Janeiro: Tecnoprint Ltda, 1979.
VICTORIA AND ALBERT MUSEUM: The world's greatest museum of art and design. Disponível em:  http://www.vam.ac.uk/content/articles/s/style-guide-restoration/

Espero que gostem e ampliem suas pesquisas.
Até a próxima, Sylvana Marques.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dicas para uma decoração vintage


 Dicas para uma decoração vintage*

A decoração de interiores é um dos fatores em alta no mercado da  compra e venda no Brasil de moveis e outros acessórios. Atualmente é possível seguir novas tendências decorativas utilizando móveis antigos, aqueles deixados pelos avós, cultivando esta nova moda de bom gosto amada por todas as classes sociais.

Muitos decoradores se deixaram influenciar por décadas passadas - anos 50, 60, 70 e 80 - com um estilo decisamente retrô, conhecido como vintage e é atualmente um dos estilos mais apreciados no setor da decoração.  A ideia simplesmente consiste em reciclar o velho e transformá-lo em algo novo e original.

Algumas dicas essenciais podem fazer a diferença na hora de redecorar “vintagemente” a sua casa:

              asas a sua imaginação, creatividade e originalidade, afinal o lar é sua. Se suas amigas apreciarem seu gosto, não recuse a oferta de decorar a casa delas também. Uma hobby pode se tornar uma profissão.

            Se necessário e esteja realmente interessado, faça uma pesquisa entre amigos, pela cidade, em feirinhas e pesquise onde encontrar lugares que vendem, trocam, ou restauram esse tipo de artigo decorativo. É fácil de encontrar e quase todo mundo tem uma peça em casa que seja de família e este artigo pode ganhar um lugar de destaque na decoração.

O segredo maior da decoração vintage é o uso de acessórios fundamentais em pontos estratégicos. Você pode usar malas antigas, espelhos, quadros, estampas florais nas almofadas, colchas ou mesmo na parede, pintura desgastada, tons pastéis, papel de paredes coloridos, azulejos com cores redundantes, telefones velhos, eletrodomésticos inutilizados e sobre tudo alguns discos de vinil.  

Além dos móveis antigos, você pode criar um mural de fotos na parede, usar livros envelhecidos, objetos fofos de decoração, porta retratos, bijuterias e até roupas pra deixar mais vintage ainda qualquer interior da casa.

*Colaboração da Ana,

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Estilos Ingleses





Estilos Ingleses


As artes inglesas foram largamente inspiradas nas artes européias.
O isolamento geográfico, o clima do país e o temperamento forte do povo inglês deram à arte inglesa caráter nacional.

Renascença Primitiva

Henrique VIII



Elizabeth I





Em 1498 Henrique VIII separou a igreja do estado, as construções religiosas pararam então por quase um século, porém a arquitetura civil tomou um novo impulso.
A expansão do comércio com as navegações inglesas, trouxe riqueza ao país e estimularam Herinque Tudor tornar a vida na corte mais requintada e luxuosa.

Apareceram as galerias com enormes janelas tomando quase toda uma parede e trazendo ao ambiente mais luminosidade,eram conhecidas como Bay Window, nos grandes Halls apareceram também escadarias de grandes proporções feita em madeira trabalhada.

A decoração de interiores era vigorosa, sóbria e austera. As salas eram longas e estreitas em formatos de L ou H e eram em desníveis.

Nas janelas usavam -se também o "Arco Tudor", um tipo de arco em ogiva, muito usado em lareiras, portas e painéis de parede e estas eram normalmente forradas de madeira, sendo em geral utilizado o carvalho.





No reinado de Elisabeth houve um grande progresso industrial, a Inglaterra derrotou a “Armada Espanhola” e conseguiu o controle dos mares e com isso trouxe desenvolvimento colonial, paz e riqueza.

Neste período é que se encontram os grande literatas Shakespeare (1564- 1616) e Bem Johnson.

Após a morte de Elisabeth, os reinados de Jaime I e Carlos I foram marcados pela desordem política. Este último adotou a arquitetura italiana de Palladio, mas o Gótico continuou a ser usado em universidades e igrejas, numa forte reação contra a arquitetura clássica. Um bom exemplo do estilo de Palladio é Whitehall, cujo maravilhoso teto foi pintado por Rubens. Nessa época chegou a Londres o pintor holandês Van Dyck, que retratou muitos nobres. Depois da execução de Carlos I (Ditadura de Cromwell), de 1640 a 1660, quando a monarquia foi restaurada, nada se construiu na Inglaterra.

A nobreza da Inglaterra começou a adotar novas idéias de influência estrangeira com Henrique VIII, porém no período Elisabetano as condições sociais e riquezas chegaram a ultrapassar a educação e as artes, os novos ricos embora apreciassem a boa música e a literatura, ainda não tinham o entendimento necessário para apreciarem as boas formas e as proporções.

Em fins do reinado de Elisabeth I apareceu à sala de jantar, a janela arredondada Bay Window que foi muito utilizada, tomando agora conta de toda a parede.
Muitos pintores italianos, flamengos e alemães vieram à Inglaterra, tendo como destaque Holbein




Interiores neste período


Nas paredes, painéis separados por colunas clássicas e tapeçarias
No teto as vigas eram madeira trabalhada ou cobertas com argamassa e motivos coloridos como a flor-de-lis, Rosas-Tudor e cartuchos, esses tetos eram conhecidos como "Pargetry".



No piso usavam-se em geral pedra, ardósia ou tábuas de madeira. As salas eram decoradas com armaduras, troféus, pinturas, porcelanas chinesas, tapetes orientais e tecidos pintados. Os lustres usados eram de ferro trabalhado.
O mobiliário era pesado e mal proporcionado com muito exagero na ornamentação,resultado de uma má interpretaçãodo que era utilizado em outros países.

Filmes e Séries que retratam o Ambiente Interior da Renascença Primitiva


Amigos... Como não consegui achar nos antiquários fotos de móveis que retratassem esta época resolvi recorrer para os filmes e seriados, já que os mesmos têm profissionais respeitados que são responsáveis pelos estudos de figurinos e mobiliário, procurando retratar a época com a máxima realidade que é possível.
O que me deixa um pouco triste em relação a esta retratação é que o figurino é muito mais aparente e trabalhado, o mobiliário acaba tendo um papel bem secundário, digo até terciário.





















Os filmes que estou passando para vocês retratando essa época, eu já assisti e assisti várias vezes, devagarzinho, procurando pausar e por isso sei que temos uma dificuldade muito grande em visualizar com perfeição o mobiliário, na maioria das vezes, como estes servem de fundo para a encenação, parece que os produtores procuram disfarçá-los mascarando e embaçando a cena.
Mas como eu quis ilustrar esta postagem estou publicando alguns momentos desses filmes.
Sei que como estudamos o assunto, acabamos fazendo comparações como esta que eu fiz com os figurinos, pois queria poder ver bem mais coisas em relação a mobiliários, e os mais curiosos e perceptivos poderão observar;
A marcheteria utilizada nas madeiras, as colunas, os exemplos de janelas baywindow, os arcos Tudor em janelas e portas, o uso da lareira central como vimos no período medieval ainda sendo utilizado no salão da corte de Henry VIII, as camas altíssimas, ai ai são tantas coisas... Fiz com muito carinho, curtam e assistam aos filmes
Um beijo a todos
e aqui no final estão as fontes que pesquisei.

Fontes:
*Livros e Artigos
Arte e Decoração de Interiores; Alayde Parisot.
Styles of Ornament;Speltz.
Elements of interior Decoration, de Whitton.
História do mobiliário; Nida Chalegre
*Sites
www.wikipedia.com
www.britannica.com
www.hansholbein.nl
www.museunfurniture.com

Prontinho!

Até a próxima!

Syl!

*

웃 웃웃 웃

bjs!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Estilos desenvolvidos nos Países Baixos


Estilos desenvolvidos nos Países Baixos





Vários estilos se desenvolveram nos Países Baixos; Alemanha, Áustria e Países Escandinavos. Baseados nos estilos da França, Itália e Inglaterra.


Nas cidades de interior originaram-se o estilo Provençal e em praias e campos ou montanhas viu-se os estilos Rústicos ou Camponês, característico ao estilo de vida de seus habitantes.


A Bélgica e a Holanda adotaram o gótico. Durante o século XVI sob o domínio espanhol esses paises foram influenciados pelo estilo Espanhol; o cinqüecento italiano deixou suas marcas no estilo Holandês e Flamengo, dessa época. Os interiores eram maciços em detalhes e pesados. Alguns dos mobiliários refletiam-se no móvel inglês Elisabetano e Jacobino.


Aliás, as influências do Renascimento e Barroco italiano foram em grande parte introduzidas na Inglaterra através dos Paises Baixos.


O comércio holandês com o Oriente trouxe a influência da Índia, Japão e China.
A contribuição chinesa foi a mais importante, pois além do uso da laca e porcelana, trouxe o desenvolvimento da perna cabriolet inspirada, dizem alguns, nos chineses.


Do séc. XVII em diante a arte holandesa e flamenga foi inspirada na arte francesa, mostrando grande luxo e exagero de linhas.







Estilos Austríaco e Alemão




A Alemanha e Áustria seguiram em arquitetura e interior os grandes períodos – Gótico, Renascimento, Barroco, Rococó e Clássico.



Aqui a figura da arquitetura de Biedermeier











BIEDERMEIER


Popular na Alemanha e Áustria entre 1820-1850, aproximadamente. O nome vem de um personagem de Ludwig Eichrodt que representava a burguesia alemã no começo do século XIX.




Surgiu como uma adaptação ao luxo exagerado do estilo Império francês, conservando o estilo Neoclássico; simples, robustos e confortáveis, geralmente de madeiras claras, e tecidos alegres nos estofamentos das cadeiras elegantes sem maiores pretensões. Era produzido para atender a burguesia alemã do séc. XIX, período marcado pelas guerras em abundância na Alemanha, Áustria e Escandinávia, portanto, com custos menores o mogno e outras madeiras mais caras eram evitados.



Renunciam-se as superfícies trabalhadas e esculturas como utilizadas no século passado.Os móveis são geralmente recobertos de marchetaria,unida e polida.O trabalho a mão volta a ser valorizado. O pinho é muito utilizado nestes móveis com marchetaria em cerejeira. A inspiração é greco-romana.



















































































THONET











A fabricação de móveis de madeira vergada já havia sido tentado em outros períodos anteriores, porém sem sucesso. Michael Thonet (1796-1871) em 1830 dedicou-se a essa arte com resultados satisfatórios e foi um período em que a sua empresa passou por uma grande expansão com linhas de móveis tubulares em aço de desenhistas famosos da Bauhaus como Mart Stam, Marcel Breuer e Mies van der Rohe.
Le Corbusier foi o primeiro a utilizar as cadeiras Thonet já num ambiente modernista.









Thonet nasceu em Boppart am Rhein, Tchecoslováquia. Onde montou seu primeiro atelier. Fundou a empresa Thonet em 1819 para produção de seus próprios projetos, em 1841, Thonet transferiu sua fábrica para Viena, Áustria, permanecendo lá por sete anos. Registrou sua primeira patente para moldagem de madeira lâminada em 1842. No início do século XX vários arquitetos vanguardistas de Viena desenhavam móveis para Thonet, incluindo Josef Hoffmann. Os móveis desenvolvidos nessa técnica eram leves, resistentes e de considerável efeito estético.

Atualmente, apenas 10 indústrias no mundo utilizam o sistema desenvolvido por Thonet. Os móveis além de decorar as residências são muito utilizados para ambientar bares, restaurantes e cafés, aqui no Brasil e no exterior. Devido as suas linhas são adaptáveis a qualquer decoração sendo muito atuais.

A cadeira 1859, ou modelo 214, foi e um dos modelos de maior sucesso concebidos para produção industrial. É o resultado de anos de experiência durante a década de 1850 na arte de dobra madeira sólida, e foi desenvolvida já com o objetivo de produção em massa (por volta de 1930 já tinham sido vendidos mais de 50 milhões de cadeiras em todo mundo). A empresa é atualmente dirigida pela 5° geração dos Thonet, com sede em Frankenberg, na Alemanha, onde mantém um museu.











A cadeira n°14 é conhecida como a cadeira das cadeiras,com uma produção de mais de 30 milhoes até 1930,a feira de Paris de 1867 concedeu uma medalha de ouro a empresa de Thonet .

















Bem espero que tenham gostado...

Quem passar por aqui, me deixa um recadinho...

Bjs,

Syl...

Bibliografia e fontes que utilizei para essa postagem:
Mascarenhas, Alayde Parisot ; Arte e decoração de interiores,
Curso Nida Chalegre de Decoração de Interiores,
Obs: A wikipédia em Língua Portuguesa não tem matérias relacionadas aos estilos aqui descritos, em caso de pesquisa procurem em Inglês é a que contém um número maior de informações sobre Biedermeier e Thonet, a wikipédia em espanhol também tem algumas informações, porém muito reduzidas, já os que lêem francês poderão se "esbanjar" nas informações...
mais beijinhos
syl!